ATA DA CENTÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 02-12-2004.
Aos dois
dias do mês de dezembro de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Mário Fraga e Pedro Américo Leal.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Carlos Pestana, Isaac
Ainhorn, Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Nonagésima Primeira
e Nonagésima Segunda Sessões Ordinárias, que foram aprovadas. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos
2211, 2212, 2213, 2214, 2215, 2216, 2217, 2218, 2219, 2220, 2221, 2222, 2223,
2224, 2225, 2226, 2227, 2228 e 2229/04 (Processos nos 5578, 5596,
5597, 5598, 5599, 5600, 5601, 5602, 5603, 5604, 5605, 5607, 5608, 5609, 5610,
5611, 5612 e 5618/04, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
384, 387, 388 e 389/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo
Sérgio Costa da Costa, Presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Rio
Grande do Sul, que discorreu acerca da operação padrão desenvolvida pela
categoria que representa, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas
atualmente enfrentados por esses trabalhadores no exercício quotidiano de suas
funções. Sobre o assunto, destacou questões que afetam essa categoria
profissional no Estado, como sobrecarga de trabalho, jornadas prolongadas e
carência dos recursos humanos e materiais. Na ocasião, nos termos do artigo 206
do Regimento, os Vereadores Juarez Pinheiro, Mário Fraga, Pedro Américo Leal,
Sebastião Melo e Cláudio Sebenelo manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
quarenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Aldacir Oliboni mencionou visita a Postos de Saúde da zona leste da
Cidade, efetuada por Vereadores deste Legislativo, apoiando a municipalização
da gerência do atendimento médico oferecido nesses Postos. Também, registrou
reunião a ser realizada no dia seis de dezembro do corrente, nesta Casa, para
debate do Processo nº 1214/04, que dispõe sobre a instalação de aparelho
desfibrilador cardíaco externo em locais públicos e privados do Município. O
Vereador João Antonio Dib teceu considerações acerca da Lei de Responsabilidade
Fiscal, salientando a importância dessa legislação como instrumento de controle
dos gastos públicos. Ainda, analisou repercussões no Orçamento desta Câmara,
que deverão ser ocasionadas com o aumento do número de Vereadores a partir da
próxima Legislatura, e protestou contra a destinação, pelo Executivo Municipal,
de recursos públicos para aplicações junto ao sistema bancário. O Vereador
Mário Fraga analisou os serviços públicos de saúde, ressaltando problemas que,
segundo Sua Excelência, existem nessa área nos Bairros Rubem Berta, Sarandi e
Jardim Leopoldina. Também, defendeu a implantação de maior número de unidades
de saúde “24 horas” em Porto Alegre, afirmando que essa será uma das principais
reivindicações do Partido Democrático Trabalhista ao Governo Municipal que
assumirá a Prefeitura de Porto Alegre a partir do próximo ano. O Vereador João
Carlos Nedel registrou que a Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança
recebeu o Prêmio Distinção por Serviços Públicos Prestados, concedido pela
Associação dos Dirigentes de Venda e Marketing do Brasil – ADVB, e referiu-se à
demonstração que será realizada no Centro da Cidade, do uso de câmaras de vídeo
para a segurança pública. Finalizando, criticou o sistema municipal de saúde e
o Programa de Orçamento Participativo vigentes em Porto Alegre. O Vereador
Cláudio Sebenelo pronunciou-se acerca da aprovação, pela Casa, de Requerimento
de sua autoria, solicitando a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito
para averiguar irregularidades nos serviços prestados pelo Sistema Único de
Saúde – SUS – no Município. Sobre o assunto, leu trechos de parecer da Juíza
Mara Lúcia Cócaro Martins, considerando improcedente ação encaminhada pela
Bancada do Partido dos Trabalhadores, para suspensão dos trabalhos da referida
Comissão. O Vereador Juarez Pinheiro contraditou as declarações do Vereador
João Antonio Dib sobre a aplicação de recursos da Prefeitura de Porto Alegre em
investimentos bancários, explicando a destinação dada a esses recursos por
parte do Governo Municipal. Ainda, refutou as críticas direcionadas ao Poder
Judiciário pelo Vereador Cláudio Sebenelo, alegando que a criação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito não era o melhor instrumento para fiscalizar
a saúde pública em Porto Alegre. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a
presença dos Senhores Antônio Gregório Goidanich e José Ronaldo Leite Silva,
respectivamente Presidente e Diretor do Sindicato do
Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificante no Rio Grande do Sul –
SULPETRO. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia comemorou
a conclusão, por detentos do Presídio Central, do Ensino Fundamental e Médio,
enfocando a escolha dos apenados por publicações de auto-ajuda e religiosas, em
detrimento de livros sobre legislação, e salientando que o estudo é uma
oportunidade de inclusão social dos presidiários. Também, defendeu uma revisão
do sistema carcerário brasileiro, argumentando que ele não contribui para a
recuperação dos detentos. O Vereador Haroldo de Souza advogou a criação de leis
determinando o controle da natalidade no Brasil, lamentando que o Legislativo
Municipal somente possa apresentar, nesse sentido, projetos autorizativos e
repudiando a falta de medidas dessa natureza pelo Governo Federal. Ainda,
questionou afirmações de que Porto Alegre é a cidade de melhor qualidade de
vida do Brasil e prometeu cobrar do Prefeito eleito ações visando à diminuição
do número de crianças de rua no Município. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora
Maristela Maffei contradisse o discurso, em Comunicação de Líder, do Vereador
Haroldo de Souza, opinando que a participação popular determinou o crescimento
da qualidade de vida na Cidade. Ainda, examinou dados relativos à violência
contra as mulheres, rechaçando a agressão de policial militar a uma mulher no
Centro e relatando visita de Sua Excelência ao Comandante do 9º Batalhão de
Polícia Militar de Porto Alegre, para tratar desse assunto. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Beto Moesch apoiou o reaproveitamento e a redução de resíduos
da construção civil em Porto Alegre, lembrando que na Cidade são geradas de mil
a duas mil toneladas por dia de detritos. Também, desaprovando a utilização de
aterros para depósito de entulhos, citou medidas adotadas em Novo Hamburgo e
Belo Horizonte sobre essa questão e comentou determinações no cuidado com o
ambiente, previstas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo
nos 056/04, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e João
Antonio Dib, 057/04, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Mário Fraga,
João Antonio Dib e Renato Guimarães, os Projetos de Resolução nos
119, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e João Antonio Dib, e 120/04,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nº 198, 214, 216, 226, 227 e 228/04, discutidos pelo Vereador
Juarez Pinheiro, 225/04, discutido pelos Vereadores Mário Fraga e Juarez
Pinheiro, 229 e 231/04, o Projeto de Resolução nº 117/04, discutido pelo Vereador
João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Executivo nos 050/04,
discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Renato Guimarães, 053/04,
discutido pelo Vereador Mário Fraga, 052 e 054/04; em 3ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 219, 220, 223 e 224/04, discutidos pelo
Vereador Juarez Pinheiro, o Projeto de Lei do Executivo nos 051/04,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, os Vereadores Luiz Braz e
Valdir Caetano manifestaram-se acerca da presença nesta Casa do Irmão Valério
Menegat, parabenizando-o pelo transcurso de seu aniversário, hoje. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion saudou os moradores ocupantes de
área localizada na Rua Atílio Supertti e teceu comentários favoráveis à
aprovação dos Projetos de Lei do Executivo nos 053 e 057/04,
discutindo acerca dos benefícios advindos, caso estes Projetos sejam aprovados.
Ainda, posicionou-se favoravelmente à aquisição de imóvel, pela Prefeitura
Municipal, na Rua Voluntários da Pátria, para reconstrução da Vila Central dos
Papeleiros. O Vereador Cláudio Sebenelo questionou a decisão da Desembargadora
Matilde Chabar Maia em relação à decisão proferida sobre a Comissão Parlamentar
de Inquérito instaurada nesta Casa para averiguar problemas na área da saúde
pública municipal, asseverando que esta Comissão não tinha caráter eleitoral.
Também, condenou a postura da Bancada do Partido dos Trabalhadores nessa
discussão e reprovou a diminuição, pelo Governo Federal, de recursos destinados
à saúde pública. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei manifestou-se acerca
do pronunciamento, em Comunicação de Líder, do Vereador Cláudio Sebenelo. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Juarez Pinheiro externou sua satisfação pelos
resultados obtidos nos últimos anos de governo do Partido dos Trabalhadores no
comando do Executivo Municipal de Porto Alegre, mencionando que foram
investidos muitos recursos em diversas áreas sociais na Cidade. Ainda,
enfatizou melhorias feitas no âmbito da saúde pública municipal, criticando o
Governo do Estado quanto à destinação de verbas para o atendimento médico da
população. Às dezesseis horas e quarenta e dois minutos, constatada a
inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Elói Guimarães, Ervino Besson e Valdir Caetano e secretariados pelo
Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
O Sr. Paulo Sérgio Costa da Costa, representando a
Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul, da qual é Presidente,
está com a palavra para tratar da mobilização da categoria, que está realizando
operação padrão pela valorização profissional, pelo tempo regimental de 10
minutos.
O SR. PAULO SÉRGIO COSTA DA COSTA: Exmo Presidente da Câmara
Municipal, Exmos Vereadores, senhores, senhoras, em primeiro lugar,
cumpre parabenizar a iniciativa desta Casa pela instituição da Tribuna Popular,
possibilitando que os mais diversos segmentos da sociedade possam trazer
informações de utilidade e também apresentar suas reivindicações.
Isto
posto, a ABOJERIS – Associação dos Oficiais de Justiça do Estado do Rio Grande
do Sul -, na busca do reconhecimento e do aprimoramento desses profissionais,
sente-se honrada em utilizar esta tribuna para trazer sua visão a respeito do
trabalho desenvolvido.
O servidor público, há algumas décadas, vem sendo apontado como o vilão, culpado e responsável pelas dificuldades econômicas que inibem os investimentos governamentais, sendo rotulado como um privilegiado, pois além de dito como bem-remunerado, acaba rotulado como trabalhando pouco e prestando um desserviço à população.
Nesse
sentido, inteligência da Constituição Federal de 1988, que regulamentou o
ingresso no serviço público exclusivamente através de concurso público. Isso,
ao nosso ver, em tese, significa que a sociedade passou a ser servida pela
casta dos seus membros integrantes, haja vista o rigor dos processos seletivos.
Exemplificando: o último concurso para Oficial de Justiça, no ano de 2003, teve
63 mil candidatos inscritos disputando apenas 17 vagas oferecidas.
Como
o mundo evolui a passos largos, as instituições que o compõem precisam
adequar-se. Mas atrelado a essa evolução e adequação é necessário um
investimento e um reconhecimento sobre o bem maior institucional, que é o
próprio servidor público.
O
Judiciário fez o seu papel facilitando o acesso do cidadão a uma Justiça mais
social através dos Juizados Especiais. A prestação jurisdicional facilitada
implicou um crescimento desproporcional de trabalho. Segundo dados do próprio
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, o montante de processos quadruplicou.
O
Oficial de Justiça é um dos auxiliares da Justiça, cuja atividade é
imprescindível para a prestação jurisdicional, pois realiza os atos
processuais. É ele quem materializa a pretensão das partes. Transforma uma
Justiça do campo teórico para o prático. Atua servindo os propósitos de cada
comunidade. É importante frisar que o faz quase sempre de forma solitária.
Mesmo que a maioria das atribuições e trabalhos sejam externos, fora dos Foros,
também realiza trabalhos internos. São os ditos plantões, júris, atendimento
regular às partes e aos procuradores, atos de certificação, recebimento e
devolução de mandados.
Com o aumento de trabalho, conseqüentemente
aumentou a exposição desses profissionais. Essa exposição aumentou o risco de
vida a que estão submetidos. O trabalho solitário e desproporcional acarretou
por gerar problemas físicos e emocionais na classe, comprometendo a saúde e a
qualidade de vida. Para o atendimento da demanda, houve flexibilização de
horário para o cumprimento dos atos processuais, ou seja, das 6h às 20h. São
quatorze horas de trabalho, sendo que, fora dessa jornada, por força de
disposição legal, com prerrogativa do parágrafo 2º do art. 172 do Código de
Processo Civil, os atos ainda podem realizar-se a qualquer hora, estendendo
então a dedicação ao trabalho, sem contar sábados, domingos e feriados;
plantões 24 horas. É caso de tempo integral e dedicação exclusiva.
Para
que o Judiciário não emperre e possa garantir a celeridade processual, os
Oficiais de Justiça utilizam seus veículos particulares. Sem esses veículos nós
teríamos uma Justiça praticamente engessada. E, nesse sentido, falta apoio por
parte da Administração. Hoje, na proporção do custo, os valores repassados a
título de auxílio-condução, pelo Estado, não cobrem os custos pela utilização
regular e ininterrupta dos veículos. Não gozamos de nenhuma isenção. Os riscos
são suportados pela classe. Não são raros os casos de roubo, furto, acidentes e
danos nos veículos. Por essa razão, seria necessário o reconhecimento de que
nossos veículos são ferramentas de trabalho, e, assim, deveriam ter o cunho de
utilidade pública, com todas as garantias e privilégios.
Exemplificando,
em Porto Alegre, existem 225 cargos de Oficiais de Justiça, Oficiais que servem
à comunidade porto-alegrense, servem aos interesses da Fazenda Municipal,
inclusive. E o Foro Central só disponibiliza para esses profissionais 10 vagas
de estacionamento pela via rotativa. Esse número de vagas é muito ínfimo, haja
vista que já relatamos os serviços de plantões, de júris, entre outras
atividades. Agora, recentemente, a EPTC circundou a área do Foro Central com
parquímetros, ou seja, para prestar o serviço para a comunidade
porto-alegrense, estamos sendo obrigados a pagar para trabalhar.
Nos
casos de urgência - e são dezenas por dia - não é lógico um Oficial de Justiça
ficar circulando em busca de vagas para estacionar. Muitas vezes uma vida
depende disso, depende da intervenção do Oficial de Justiça, do cumprimento
regular de um mandado dentro do prazo e da celeridade prevista. Já tivemos
casos de colegas que tiveram seus veículos guinchados e recolhidos pela EPTC.
Acreditamos, Sr.
Presidente, que o Poder Legislativo Municipal pode fazer, também, a sua parte,
encaminhando, talvez, projeto de lei que reconheça serem os veículos dos
Oficiais de Justiça de utilidade pública - e eles o são por tudo que já foi
exposto e aqui relatado -, isentando-os de pagamento nas áreas azuis, além de
criar um número mínimo de 20 vagas junto dos estacionamentos da EPTC, nas
voltas do Foro Central. E isso poderia ser feito, também, de forma rotativa.
É
fato concreto que até hoje não foi dispensada ao Oficial de Justiça toda a
consideração e assistência que ele merece, na proporção de sua
responsabilidade. A categoria carece de um maior reconhecimento em termos de
assistência moral e material, além de salário compatível com a carga e
responsabilidade do trabalho que executa, como forma de proporcionar mais
dignidade no exercício de suas atividades.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr. Presidente da
ABOJERIS, Paulo Sérgio Costa da Costa, talvez a única grande Capital, cuja rua
em que se localiza o Fórum leve o nome de um Oficial de Justiça, seja Porto
Alegre. Só isso, o que isso simboliza, o que isso significa, demonstra o apreço
que esta Casa tem por esses profissionais, que, juntamente com o Ministério
Público, a magistratura, com os advogados, são os responsáveis diretos, de
forma pragmática pela prestação jurisdicional a todos os cidadãos e cidadãs.
Esta Casa deu à rua em que se localiza o Fórum o nome de um Oficial de Justiça
que morreu no cumprimento do dever, 30 dias depois de levar um tiro, porque
executava um mandado, determinado por um juiz, mercê de crises sociais como foi
bem colocado pelo presidente da ABOJERIS, aqui.
Porque
a crise do Estado neoliberal retira direitos dos trabalhadores, como é caso dos
oficiais de justiça, retira dos cidadãos e cidadãs, e faz com que o aparelho do
Estado não reúna condições de prestar a tutela jurisdicional a que todo cidadão
e cidadã têm direito.
Nós queremos nos
solidarizar com o movimento padrão realizado por esses profissionais. Movimento
que já foi realizado também pela magistratura, que nunca fazia greve, e que fez
greve recentemente. Quero chamar a atenção - e conheço a matéria, porque já fui
advogado do Sindijus, que é uma outra instituição dos trabalhadores da Justiça
- de que muitas vantagens já foram alcançadas, merecidamente talvez, pela
magistratura e similares, e não chegaram ainda no bolso dos outros
trabalhadores, que estão num patamar, se não de forma honorífica como o magistrado,
mas são tão importantes para a execução da Justiça, quanto são os magistrados,
os advogados e o Ministério Público.
Portanto,
nós reconhecemos que a crise do Estado que retira recursos do Poder Público,
retira direitos dos trabalhadores, afeta muitas categorias, e talvez nenhuma
tenha sido tão penalizada, na área do Judiciário, como a dos oficiais de
justiça. Sabemos que no Estado, Sr. Presidente, Elói Guimarães, algumas
categorias têm tratamento privilegiado, como o Tribunal de Contas, a Assembléia
Legislativa, o Ministério Público e Magistratura, mas outros trabalhadores do
Poder Judiciário não recebem, há muito tempo - não estou fazendo uma crítica ao
Governo atual -, os mesmos benefícios e direitos que essas categorias têm
recebido.
Portanto,
nós reconhecemos a justeza do movimento, e esta Casa, que há muito já
reconheceu a importância desses profissionais, tenho certeza de que vai ficar
solidária com o movimento e fazer a resplandecência que o mesmo merece.
Sr.
Presidente, eu só queria dizer que falei também, com muita honra, em nome do
Partido Socialista Brasileiro. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente, falo em nome da Bancada
do PDT e em meu nome, dando os parabéns ao Sr. Paulo Sérgio da Costa. Quero
dizer que a Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul deve
aproveitar mais esses espaços - nas assembléias, nas câmaras - para divulgar o seu
trabalho, que é muito bem feito.
E
aqui, na Câmara Municipal, através da Bancada do PDT, através do nosso Líder,
Ver. Dr. Goulart, estaremos à disposição da Associação para o que for preciso.
Parabéns e boa sorte!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Paulo Sérgio da Costa, Presidente da
Associação dos Oficiais de Justiça, sempre observei esse segmento como linha de
frente. Falo em nome dos Vereadores Beto Moesch, João Antonio Dib e João Carlos
Nedel. Claro que a minha origem é militar. E como tal, o linha de frente é o
primeiro homem que entra em combate. Ele se expõe, ele mostra o peito, porque
eu sei muito bem que os senhores desempenham funções as mais variadas,
inopinadas, e, em certas feitas, incrédulas, porque não sabem quem vão abordar.
Não sabem que características tem aquela pessoa, quais são os seus sentimentos
e qual o grau de antagonismo que ela tem com a sociedade. Pelo que vejo, estão
fazendo uma operação padrão, mas uma operação padrão que não oferece
absolutamente nenhum perigo para a sociedade. Devem ser 240, 250; não sei bem
quantos são os oficiais de Justiça no Rio Grande do Sul.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Mil e cem, Vereador; no Rio Grande do
Sul.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Mil e cem? Então há muitos. Esse número
que vai às ruas para atender todas as solicitações da própria Justiça, está
fazendo um pedido, um reclamo à sociedade. E a Câmara Municipal, como a
Assembléia Legislativa do Estado, é o local das ponderações, das colocações em
que se pede alguma coisa, em que expõem, pela palavra, as agruras que vão na
alma. Acho muito justo isso, aqui é o lugar; é como sempre digo – e me dá uma cola
o nosso Presidente dos trabalhos de hoje, o ilustre Ver. Elói Guimarães, que
diz que quando fala o Vereador, fala o povo. Claro, e Vossas Excelências vieram
para falar ao povo, ao povo que não pode ouvir, porque está nos seus misteres,
os mais variados. Acolhemos, então, os seus reclamos, que serão pensados. Os
senhores não estão sozinhos, não. Agora, admira-me o Judiciário, que está, ou
indiferente ou distante, não sei como, porque, repito, os senhores são a linha
de frente do Judiciário. Acho que estão certos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
meus colegas Vereadores, colegas Vereadoras, a nossa saudação ao Sr. Paulo
Sérgio Costa da Costa, extensivo a toda a categoria. Quero dizer, seu Paulo,
que somos militantes da advocacia e que estamos, neste momento, um pouco
afastados em função do exercício da vereança. Eu diria que a categoria dos
oficiais de Justiça é a longa manus
para o cumprimento da decisão judicial, e muitas vezes os senhores acabam
levando, em muitos momentos, determinadas situações para o cumprimento dessa
decisão, colocando-se em situações altamente constrangedoras.
Eu
poderia dar vários exemplos, mas vou pegar o exemplo, Vereador-Presidente, de
uma desocupação. Nós estamos aqui, neste momento, com a comunidade da Atilio
Supertti, que teve de desocupar a área, e hoje estão lá no Rincão, aguardando
que esta Casa aprove a compra de uma nova área. Então, vejam que missão
difícil; quando se sabe que em um caso de desocupação, na sua grande maioria,
as pessoas estão lá não porque quiseram, mas porque foram levadas a essa
situação. Eu poderia citar outros exemplos.
Então,
quando o senhor vem a esta Casa pedir segurança, qualificação profissional, eu
quero dizer que esta Casa acolhe isso e que, com certeza, soma-se a isso e, com
certeza, vê a urgência, a necessidade dessas postulações, porque a Justiça não
se completa se ela não tiver essa longa
manus. A decisão fria do juiz se complementa com a longa manus do exercício do oficial de justiça, que vai lá
notificar, seja para a audiência, seja para desocupar, enfim, para qualquer
decisão.
Portanto,
em nome da nossa Bancada, do PMDB, em meu nome e em nome do Ver. Haroldo de
Souza, o nosso abraço, a nossa saudação e o nosso carinho. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Dr. Paulo Sérgio, queria manifestar, sim,
a minha admiração pelo seu trabalho, o seu posicionamento em defesa de uma
classe, de uma classe extremamente importante da sociedade, que talvez
viabilize a Justiça no Rio Grande do Sul. E esses tipos de impedimentos devem
ser, de todas as formas, debatidos, e, mais do que isso, suplantados, superados
os óbices que uma classe como os oficiais de justiça, pelo seu trabalho, pelas
suas dificuldades, pela forma de trabalho inclusive, e também as populações
mais carentes são atendidas pelos oficiais de justiça; com sol, com chuva, no
barro, na lama, na desgraça das pessoas que buscam a Justiça. Essa atividade
profissional de tão importante cunho social não pode ser impedida e, muitas
vezes, obstruída pelos percalços que seriam naturais das pessoas que fazem
outras profissões como, por exemplo, as questões de estacionamento. O
automóvel, hoje, é indiscutivelmente um auxiliar precioso nesse tipo de
trabalho.
Por
isso, a nossa solidariedade, a nossa atenção completa às questões dos oficiais
de justiça, que sejam elas desde as reivindicações salariais até as questões de
mobilidade de cada profissional e, por fim, a nossa plena disposição de
ajudá-lo nessa tarefa. Um grande abraço.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos aproveitar a oportunidade para
saudar o Sr. Paulo Sérgio, Presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do
Rio Grande do Sul, que trouxe à tribuna da Casa as reivindicações, colocando a
Cidade a par da importância que tem o Oficial de Justiça no processo e, de
resto, para a sociedade. E comunicando a operação padrão como uma estratégia
que eu reputo de alta importância, no sentido exato de chamar atenção das
autoridades, enfim, do Poder Judiciário.
Devo
dizer, Paulo Sérgio, que nós temos uma certa intimidade com a Justiça. No
Judiciário, ao longo do tempo, tivemos a oportunidade de exercer a advocacia,
também na Procuradoria do Município de Porto Alegre pudemos participar e
avaliar o papel importantíssimo que desempenha o Oficial de Justiça, com os
riscos inerentes à atividade, e colocações também feitas aqui que dizem com a
competência do Município, que é a questão ligada à circulação em torno do
Fórum, enfim, questões ligadas ao automóvel do Oficial de Justiça, porque, de
regra, as atividades públicas são exercidas em carros oficiais e com o Oficial
de Justiça. O Oficial de Justiça faz a sua atividade com o seu automóvel, sem
nenhuma garantia, não se quer privilégios, mas que haja uma garantia mínima
para os carros oficiais, que desempenham atividades oficiais, como faz o
Oficial de Justiça.
Portanto,
ficam aqui registradas as suas colocações, para as quais a Casa vai dar o
desdobramento que lhe corresponde. Queremos cumprimentar V. Sª, exatamente por
esse movimento, que haverá de levar à compreensão e a bom termo. Portanto,
receba V. Sª, bem como seus colegas, a saudação da Casa pelo importante e
fundamental papel que exercem, sem o que, não se tem justiça. O papel do
Oficial de Justiça é fundamental para a própria Justiça. Muitas vezes, quando
se fala em Justiça, nos vem a figura do juiz, que é extremamente importante.
Mas, nesse conjunto, nesse processo todo, na Justiça, está uma figura
fundamental, importante, que tem pago preços, inclusive, com a própria vida,
que é o Oficial de Justiça, sem o qual não se tem processo, não se tem, enfim,
o desenvolvimento e, de resto, o direito que a população busca, quando procura
o nosso Judiciário. Portanto, receba, mais uma vez, a nossa saudação.
Estão
suspensos os trabalhos para a saudação ao eminente Presidente da Associação dos
Oficiais de Justiça, Sr. Paulo Sergio.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h45min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães -
14h47min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos
às
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
da Verª Helena Bonumá.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Elói Guimarães,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha a Sessão de
hoje, eu queria abordar um tema que, na terça-feira, foi de extrema importância
não só para este Vereador, mas para a região Leste de Porto de Alegre, com os
oito postos de saúde que lá existem e que ainda não foram municipalizados.
Nós,
muitas vezes, falamos, e a população reclama que o atendimento médico em Porto
Alegre ainda é deficitário. Mas poucos cidadãos e cidadãs sabem que na região
Leste, qual seja a região onde está localizado o Hospital Murialdo, os oito
postos de saúde que ali existem estão sob o controle do Estado e não do
Município. E essa divergência de investimento ou de ampliação dos serviços,
como também a divergência em relação à ampliação dos recursos humanos, depende
de um acordo da municipalização ou de um convênio com o Estado para não só melhorar
o atendimento como também dar melhores condições – condições dignas – para os
servidores que ali atuam.
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente, por meio do nosso
Presidente, o Ver. Sebastião Melo, e do Ver. Dr. Goulart, bem como deste
Vereador, pois estivemos presentes na terça-feira, no Hospital Murialdo, para
começar a discutir sobre a viabilidade da municipalização da Saúde naquela
região. Evidentemente que nós já temos parecer favorável do Conselho Municipal
de Saúde, do Conselho Distrital de Saúde, do Conselho Local de Saúde, mas não
temos, ainda, a manifestação do Conselho Estadual da Saúde e da Secretaria
Estadual da Saúde. Evidentemente que os acordos ali feitos entre a Secretaria
Municipal da Saúde e a Secretaria Estadual da Saúde é que vão possibilitar o
desmembramento para que a região Leste possa ser municipalizada.
Vejam,
V. Exas, que, com a municipalização da Saúde, nessa região, nós
teremos condições de poder não só dobrar a capacidade de atendimento naquela
região, como também de atender a uma reivindicação antiga daqueles moradores de
ter um posto de saúde 24 horas. Por não ter tido esse entendimento no ano
passado e neste ano, o posto de saúde 24 horas da Região foi transferido para a
Lomba do Pinheiro. Portanto lá, na Lomba do Pinheiro, nós já temos um posto de
saúde 24 horas, mas que não é suficiente para a Região Leste, porque são mais
de 120 mil pessoas nessa Região; somente no Murialdo são mais de 70 mil pessoas
que dependem das unidades de saúde, que ainda não têm a contra-referência dos
hospitais da Região que por si só, às vezes, são insuficientes para a demanda.
Entendemos,
então, que essa parceria é uma forma de poder discutir na Comissão de Saúde e
Meio Ambiente e de ajudar a pressionar o Estado para que ele se decida a
implementar e a transferir a titularidade para a municipalização da Saúde em
Porto Alegre. Também ajudará a conseguir o suporte necessário para que a Saúde
de Porto Alegre - toda ela - seja municipalizada.
Nesse
sentido, também queremos levantar a questão do projeto da institucionalização
da colocação dos desfibriladores. Na próxima terça-feira teremos, na Comissão
de Saúde e Meio Ambiente, a presença de todas as entidades envolvidas, para
podermos tirar um parecer sobre o Projeto apresentado por este Vereador, que
institucionaliza os desfibriladores em áreas fechadas com circulação de mais de
três mil pessoas. Iremos atender a uma demanda desse segmento que está exigindo
a implementação do aparelho, o que será de extrema importância para Porto
Alegre que será uma das cidades pioneiras a implementar a utilização de um
aparelho que, creio eu, colabora e contribui para salvar vidas.
Queremos
agradecer e, na próxima semana, com o apoio da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, temos a certeza de que já teremos o parecer para aprovar o Projeto na
quarta ou na quinta-feira. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, alguns devem ter notado que hoje eu só cheguei
depois das 14 horas e 30 minutos. Eu, que sempre chego às 13 horas e 30
minutos, no máximo. Mas, desta tribuna, Sr. Presidente, reiteradas vezes, eu
tenho abençoado a Lei de Responsabilidade Fiscal, e o meu atraso hoje deveu-se
ao fato de eu ter de ir ao Ministério Público responder sobre a expansão dos gastos
com servidores da Câmara no ano passado. E eu fiz isso com muita satisfação,
com muito orgulho, até porque podia provar que não havia equívocos.
O
Tribunal de Contas já havia aprovado as contas em face da Lei de
Responsabilidade Fiscal, mas não mandara para o Ministério Público aquele
documento.
Eu
estou dizendo isso, porque nós vamos ter, no próximo ano, 36 Vereadores para
escolher um Presidente. Eu quero dizer que tive, como Diretor-Geral, um nome
extraordinário, que é o Administrador Sérgio Luiz da Silva. Eu tive como
Diretor Financeiro - já não está mais no meio de nós -, o incomparável Marco
Antônio Damin. E, mesmo com todos os cuidados, e mais os servidores que estavam
lá na divisão financeira cuidando, todos eles, das contas no dia-a-dia da Casa,
ainda tinha de dar uma explicação em razão do aumento dos subsídios dos
Vereadores, determinado por Lei. Não havia problema nenhum; nós ultrapassamos
em muito pouco, até porque este Vereador não preencheu os dois cargos do mais
alto nível da Casa; manteve-os à disposição para ver se um dia conversariam
seus pares e fariam deles cargos para dois urbanistas, para acompanharem a
Comissão do Plano Diretor. Mas não tive apoio; não faz mal. Eu continuo dizendo
que a Lei de Responsabilidade Fiscal é uma Lei extraordinária, assusta muita
gente, preocupa muita gente, mas aqueles que agem com correção, aqueles que
agem com responsabilidade, aqueles que sabem escolher a sua retaguarda, não
devem ter medo.
Eu
vejo que há muitos candidatos à Presidência no próximo ano, mas é bom lembrar
que existe uma Lei de Responsabilidade Fiscal. É bom lembrar que a escolha do
Diretor-Geral e do Diretor-Financeiro deve ser muito bem cuidada, e é bom
lembrar também que a divisão financeira da Casa tem servidores do mais alto gabarito;
portanto, se fizerem aquilo que precisa ser feito, aquilo que deve ser feito,
não há por que se preocupar.
É
importante o cuidado com as contas, porque o dinheiro do povo deve ser bem
cuidado; não pode ser, por exemplo, aplicado em CDBs. De repente, a Prefeitura
está dizendo agora que não tem dinheiro, mas aposto que tem. É o mesmo choro
que fez no ano passado, que faltariam 75 milhões em maio, e, no fim do ano,
sobrou dinheiro aplicado em CDBs. E aí eu perguntava para o Dr. André Passos:
“Mas como, se havia dinheiro em CDBs?” Ele dizia: “Mas há restos a pagar”.
Então, agora, explique por que em janeiro o volume em CDBs aumentou ao invés de
diminuir? E eu não recebi a explicação.
Então,
o dinheiro do povo deve ser muito bem cuidado. O dinheiro do povo deve ser
transformado em obras e serviços, e não para ser aplicado no sistema bancário
em CDBs, e depois dizer que nós precisamos antecipar a cobrança do IPTU, do
IPVA e do ICMS, que a Prefeitura também vai receber. Portanto, bendita seja a
Lei de Responsabilidade Fiscal! Saúde e PAZ! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mário Fraga está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.
O SR. MÁRIO FRAGA: Ver. Elói Guimarães, no exercício da
Presidência da Casa neste momento, boa-tarde, assim como aos Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras e assistência. Eu gostaria de lembrar, baseando-me
no final do discurso do Ver. João Antonio Dib, para minha satisfação, fui
Diretor-Geral desta Casa, junto com o Presidente José Fortunati, e tive na
direção dos trabalhos, na Diretoria Financeira, o nosso companheiro Carlos
Alberto Begues, e, graças a Deus, as nossas contas foram aprovadas em 100%,
três meses depois da nossa gestão.
Venho,
neste momento, falar na tribuna, no período de Comunicações, para tecer alguns
comentários sobre a nossa Cidade, em especial sobre o trabalho que deverá ser
desenvolvido no próximo Governo, na nossa Capital. Nós temos alguns bairros que
carecem da saúde pública, e vou falar de alguns deles: bairro Rubem Berta,
bairro Jardim Leopoldina e bairro Sarandi, os quais têm uma enorme população,
quase 500 mil pessoas. No que consta à saúde pública municipal, não existe,
nesses três bairros, um posto 24 horas; eu espero, então, que na próxima
gestão, nós, do PDT, que faremos parte da base de sustentação do Governo
Fogaça, lutemos para que essas comunidades carentes, populosas, com mais de 500
mil pessoas, possam ter um posto 24 horas: o bairro Sarandi, o bairro Jardim
Leopoldina e o bairro Rubem Berta. Que se construa ou se amplie algum posto de
saúde naquelas localidades.
Em
toda a Zona Sul de Porto Alegre - inclusive no bairro em que resido, o Belém
Novo -, que é metade da Cidade, digamos, de Teresópolis para baixo, nós temos
um único posto que funciona 24 horas: é o da Restinga. Tirando o Postão da
Cruzeiro, o único posto que funciona nesses bairros da Zona Sul é o da
Restinga.
Pois
vejam os senhores e as senhoras: quem mora em qualquer outro bairro - Belém
Novo, Ponta Grossa, Chapéu do Sol, Lami e adjacências - teria que pegar dois
ônibus para chegar a esse posto 24 horas. Mas é lógico que quem precisa da
saúde à meia-noite, à uma hora, são pessoas carentes, que não têm carro. Se
tivessem carro, não haveria problema. Não é desse caso que estou falando; estou
falando das pessoas realmente necessitadas.
Nós,
de Belém, Lami e adjacências, não temos posto 24 horas. Será difícil implantar
isso, e espero muito contar com a ajuda, principalmente, do Ver. Dr. Goulart,
que é um especialista nessa área, para que na Zona Sul nós tenhamos pelo menos
o terceiro turno no posto, que seria o posto central de Belém Novo, que
funciona, hoje, até às 18 horas. Funciona administrativamente,
burocraticamente, pois médico mesmo, depois das 16h30min, não existe! E quando
existem, atendem os que têm fichas tomadas e não têm condições de atender uma
criança que chega ali naquele momento. Nós temos lá no Parque Lami, no Lami, e
no Parque Florestal, no Jardim Floresta, e na nossa comunidade, chamada
Sapolândia - os moradores resistem em trocarmos esse nome; eles não admitem que
a gente troque esse nome; então nós vamos ter que manter - mais de mil e 500
famílias, e não há um posto médico!
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Só para lhe dizer: Sapolândia é um nome lindo, é um nome belíssimo
e não deve ser mudado. Eu acho que vem da comunidade essa idéia magnífica de
dizer que ali onde eles moram era um banhado.
O SR. MÁRIO FRAGA: Está certo. O Ver. Sebenelo é conhecedor
da área de que estou falando, está sempre ajudando a comunidade da Sapolândia,
mas, neste momento, Ver. Sebenelo, a gente traz essa informação porque, quem
conhece e sabe o porquê desse nome não tem problema nenhum, agora, para quem
escuta falar, parece que fica meio ridicularizado. Então, por isso a minha
preocupação.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Para conclusão, nobre Vereador.
O SR. MÁRIO FRAGA: Concluindo. Mas, para nós que, graças a
Deus, vivemos na democracia, a comunidade pede Sapolândia e continuará
Sapolândia. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nesta semana, a ADVB – Associação dos Dirigentes
de Vendas do Brasil, entregou os prêmios de marketing
em nosso Estado, e eu gostaria de salientar que entre várias personalidades,
entre várias empresas, várias entidades, ganhou o Prêmio Distinção por Serviços
Públicos Prestados a Secretaria de Justiça e da Segurança em nosso Estado;
ganhou, aqui está a ADVB com os prêmios para várias categorias, e na categoria
“serviço público” gostaria de salientar o Prêmio que a Secretaria de Justiça e
da Segurança ganhou.
E,
também falando lá com o Sr. Secretário e com o Sr. João Carlos Trindade, fiquei
sabendo que no próximo dia 13, na outra segunda-feira, serão inauguradas, como
uma demonstração, ali na Esquina Democrática, várias câmaras de vídeo que irão
focalizar toda a Rua da Praia. A população terá a oportunidade de ver como irão
funcionar essas câmaras. Então, fica a comunidade convidada para, no dia 13, na
Esquina Democrática, assistir a uma demonstração de como irão funcionar essas
câmaras de vídeo, para aumentar a nossa segurança.
Eu
tenho visitado as nossas comunidades em todos os bairros, e hoje fiz 19 Pedidos
de Providências. E o que eu tenho constatado, ao menos é o que tem sido
demonstrado é que parece que a Administração do Município parou. As praças
estão abandonadas, o mato está elevado, a manutenção de ruas com pavimentação e
sem pavimentação também está abandonada, há buracos em toda a Cidade.
Efetivamente, o DEP também não faz mais a revisão das bocas-de-lobo; com
qualquer chuvinha vêm pequenos alagamentos que incomodam a população; o DMAE
abre buracos e leva 30, 40, 50 dias para fechar. Então, a Cidade parece que não
tem mais Governo.
Eu
fico impressionado que, alguns dias antes das eleições, especialmente, Ver.
Pedro Américo Leal, lá no Bairro Restinga, houve uma derrama de asfalto, de
capa asfáltica. Lá, Ver. Mario Fraga, no Beco dos Bitas, há capa asfáltica,
feita dois, três dias antes das eleições.
Eu
tenho aqui uma coisa também muito importante, que eu peço que a televisão dê
uma olhada (Mostra a figura.). Eu venho lutando há anos, e está aprovado no
Orçamento Participativo para que fosse executado em 2001, que é o asfaltamento
da Rua Santuário, lá na Estrada das Furnas, e a Prefeitura, quatro ou cinco
dias antes da eleição do dia 31 de outubro, colocou uma placa lá dizendo que as
obras seriam iniciadas no dia 28 de outubro. Pois até hoje, decorridos 35, 36
dias, as obras não estão iniciadas. Parece que queriam só demonstrar que iam
fazer obras para as eleições. E nada funcionou.
Sobre
Saúde, os jornais noticiaram que há um aumento, Ver. Sebenelo, do índice de
tuberculose. Eu fico preocupado com essas coisas, pois parecia que já estavam
superadas. Tristemente, eu tive uma experiência com o SAMU, que deveria ser um
órgão, por assim dizer, exemplar; eu liguei para lá, fiquei 5 minutos conversando
com uma senhora, ela me passou para o médico, pois havia ocorrido um acidente,
e levei uns 12, 13 minutos para ser atendido pelo médico; aí, quando me
atenderam, os populares já tinham removido a pessoa do acidente. Acho que nós
temos que ter mais cuidado com a Saúde em Porto Alegre. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicações.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Elói
Guimarães, Srs. Vereadores, ilustres visitantes que enfeitam esta nossa tarde
de trabalho, especialmente o grupo da Rua Atilio Supertti. (Palmas.) Nós,
Vereadores de Porto Alegre, estamos junto de vocês. Queria hoje referir e ler
da tribuna o despacho da Srª Juíza, no processo da triste ação do Partido dos
Trabalhadores, impedindo a realização da CPI da Saúde. Qualquer pessoa aqui
presente sabe do caos que é a Saúde, qualquer pessoa que precisa de uma
consulta médica especializada sabe que só a conseguirá daqui a dois, três,
quatro anos. Qualquer pessoa que está aqui hoje neste recinto sabe muito bem e
o quanto dói, quando é na família da gente, o fato de que, quando se precisa de
um leito na cidade de Porto Alegre, primeiro, se passa pela tragédia das nossas
emergências, que são verdadeiros “navios negreiros”, como diria o Presidente do
Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, referindo-se às condições péssimas. Mas
a Juíza diz o seguinte (Lê): “De acordo com tais subsídios, tenho que fato
determinado' - que é o necessário para abrir a CPI – 'tem o sentido amplo de,
questão relevante ao interesse público.
Os
fatos elencados no requerimento da CPI dizem com a saúde, portanto, de
interesse comum do povo, além do que, há menção clara sobre o que se pretende
investigar.
Desse
modo, não verifico ilegalidade na instalação da Comissão Parlamentar de
Inquérito, a qual, no meu entender, deverá ter seu curso.
Portanto, não há lesão a direito líquido
e certo a ser amparado por mandado de segurança.
Ante o exposto, julgo improcedente a
presente”.
Essa é a manifestação da prolatora, Drª
Mara Lúcia Cócaro Martins, Juíza de Direito. Eu li isso porque disseram que no
pedido não havia fato determinado, mas eu só quero dizer qual a data do Mandado
de Segurança: foi em 2003, um ano para essas poucas linhas; isto é, depois da
eleição, apareceu; antes da eleição, como dizia Chico Buarque, em “Pedro
Pedreiro”, nós ficamos esperando, esperando, esperando. A Saúde ficou
esperando, esperando, esperando. E agora, menos de um mês que falta para
terminar o ano Legislativo, nós podemos continuar os nossos trabalhos que vão
durar pouco mais de 15 dias e depois, então, encerrar; encerrou o ano, encerrou
a Legislatura.
Esse desserviço foi prestado por um
Mandado de Segurança, que, se houvesse essa CPI da Saúde, eu não digo que
estariam resolvidos os problemas da Saúde; não, mas, pelo menos, nós estaríamos
contribuindo, fazendo alguma coisa no sentido de resolver essa tragédia que se
abate a cada casa, a cada pessoa na nossa Cidade que precisa de uma
hospitalização, que precisa de uma consulta especializada, que precisa de um
atendimento médico. Então, o melhor mesmo é pedir um cartãozinho para um
político para arranjar uma consulta com um neurologista.
Essa é a forma petista de governar. Foi
essa a forma como foi atendida a população de Porto Alegre nos seus anseios, e
essa a forma como se trata a Saúde na cidade de Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu nunca fiz isso, Ver. João Carlos Nedel, de socorrer-me da Bíblia, ou do Novo
Testamento, para iniciar aqui uma intervenção, mas o Ver. João Dib me obriga,
hoje, a fazê-lo, Ver. Pedro Américo Leal.
O Ver. João Dib, reiteradamente, tem dito
que o Município tem dinheiro de sobra e que aplica em CDBs. Essa afirmação
repetida, talvez, para aproveitar a Teoria de Goebbels - que usava na época do
nazismo, para que uma coisa, mesmo que não fosse, se tornasse verdade, a tese é
essa -, Ver. João Dib, não pode prosperar. Todos sabem, Ver. João Dib, que os
entes federados seja a União, os Estados e os Municípios, mercê da crise por
que passam os países pobres, não têm em seus cofres dinheiro para aplicações
bancárias.
Mas
falei no Novo Testamento, que nunca utilizei aqui, pedi até vênia para o Ver.
Nedel, e orientação para o nosso diácono, porque há uma parábola que fala na
fábula dos talentos, em que um senhor da vinha chama alguns escravos e para
testá-los dá a um três talentos; a outro, cinco; a outro, dois, e a um escravo
dá um. Depois de um tempo, se não me engano, seis meses, esse senhor chama os
seus escravos e pergunta a cada um qual foi o resultado da aplicação daqueles
talentos, que ele havia confiado a seus servos. O que recebeu três talentos,
informa ao senhor da vinha que ele se esforçou, aplicou e lhe entregava seis
talentos. E o senhor disse: “bom servo, honrastes o compromisso, estarás a meu
lado”. Chamou o outro que ganhara seis, e ele tinha, também, nesse caso,
triplicado, e disse que sabia que ele era um homem justo e honesto, preocupado
com isso, fez com que os recursos que tinham sido aportados tivessem sido
triplicados. E por último, o senhor chamou aquele a quem havia confiado um
único talento. Esse servo informou ao senhor que ele sabia que o senhor era um
homem muito bravo, muito severo, muito justo e que, com medo, ele enterrou o
seu talento, mas que ele estava agora lhe devolvendo para que não houvesse
nenhum prejuízo. E o senhor da vinha disse então, que esse servo não lhe servia
e que seria jogado nas trevas, porque era um servo que não merecia a sua
confiança.
O
que a Prefeitura faz, Ver. João Dib, meu amigo, e quem mais conhece, talvez, as
finanças do Município de Porto Alegre, todos sabemos que há necessidade de que
a Prefeitura tenha, minimamente - qualquer Prefeitura, Ver. João Dib -,
recursos para suportar pagamentos de fim de ano, de 13º salário, recursos que
não podem ser utilizados, porque uma licitação ainda não foi concluída.
Portanto,
Ver. João Dib, eu lhe concedo o aparte, para dizer que a sua inteligência é uma
das que mais fulgura neste Parlamento, mas, neste, caso não fulgurou.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Juarez Pinheiro, gostei da fábula dos talentos.V. Exª me
informa, entendo eu, que o PT usou mal os talentos que lhe foram entregues.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: O que eu disse aV. Exª é que o PT agiu de
acordo com o Evangelho. Agiu no sentido de que, aqueles recursos destinados às
obras que não podiam ainda serem pagos, porque não decorreu o prazo legal,
recurso para o pagamento do 13º salário, não poderiam ficar parados sem que
fossem renovados e que recebessem a justa correção.
Por
último, Ver. Cláudio Sebenelo eu escutei atentamente a sua intervenção e quero
dizer, em primeiro lugar, que não faço essa crítica ao Poder Judiciário, e
talvez a forma que V. Exª tenha feito é porque é movido por uma questão mais
emocional, é um médico dos mais categorizados, e não conhece o Poder
Judiciário.
Na verdade, esta Câmara de Vereadores escolheu o remédio
errado para avaliar a Saúde. Existia a Comissão Especial que poderia ser feita,
existiam as Comissões Permanentes, mas dois médicos desta Casa escolheram o
remédio errado, fizeram o diagnóstico errado, e agiram mal no Fórum, porque
foram muito mal, pediram participação no processo que não podiam, e, agora, vem
acusar o Poder Judiciário de irresponsabilidade. Mesmo que eu não tenha
mandato, Sr. Presidente, eu era Procurador do Município.
Quero dizer que o Tribunal de Justiça, por uma Câmara,
entendeu que aquilo era demagogia. Isso está escrito no acórdão, não de três
laudas, mas de 18 laudas. Foi por três a zero, Vereador e amigo Sebenelo. Teve
a clareza que não havia fato determinado, teve a clareza de que era demagogia,
de que a CPI era eleitoreira.
Concedo
um aparte, com muita honra, ao Ver. Sebenelo.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) O acórdão da Câmara envergonha o nosso Judiciário, primeiro pelo
seu conteúdo, e, em segundo lugar, eu jamais falei do Judiciário. Eu li uma
sentença de uma Juíza que, depois de um ano, (ininteligível) tem um fato
determinado.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: V. Exª tem de ter responsabilidade pelo
que disse ...
O Sr. Cláudio Sebenelo: Ela disse...
O SR. JUAREZ PINHEIRO: ...e basta buscar as notas taquigráficas,
fez veladamente uma crítica.
O Sr. Cláudio Sebenelo: Ela disse...
O SR. JUAREZ PINHEIRO: V. Exª disse que demorou a ser julgada a
CPI. Isso não é verdade.
Sr. Presidente, não tenho aqui procuração do Poder
Judiciário, mas concluo dizendo que não é justo que dois médicos, que erram o
diagnóstico da Saúde, que escolhem o remédio errado e que, no Judiciário,
aplicam instrumentos errados, venham aqui, agora, para acusar uma Juíza de
demorar na prestação jurisdicional. A CPI era eleitoreira, sim, e isso ficou,
agora, desmascarado. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registramos a presença do Sr. Antônio
Goidanich, Presidente do Sulpetro, bem como do Sr. José Ronaldo Leite Silva,
Diretor do Sindicato.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, em exercício, Ver. Elói
Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ontem o Coronel,
Vereador, Professor e Psicólogo Pedro Américo Leal, me pediu para falar sobre
segurança, especificamente sobre a questão do Melara.
Coronel Pedro Américo Leal, acabo de vir do Presídio
Central, de uma solenidade de certificação do Ensino Fundamental e Médio da
Escola do Presídio. Vossa Excelência é testemunha, no ano de 2001, do nosso
envolvimento quando queriam terminar com a Escola do Presídio, pela reforma, e
fizemos toda uma movimentação e conseguimos, naquela época, que continuasse a
questão do ensino. Uma das coisas que me chamou a atenção, naquela
oportunidade, é que eu entendia que os apenados fossem buscar em grande parte
do acervo cultural, bibliográfico, nos mais de 10 mil livros do acervo - o Ver.
Juarez Pinheiro foi um dos que contribuiu muito para esse acervo -, eu achei
que eles fossem buscar leitura sobre assunto jurídico; mas não. A grande
maioria dos apenados que estão no Presídio Central, lêem sobre auto-ajuda,
sobre religião, sobre sonhos, mostrando que, mesmo cerceada a liberdade,
interiormente cada um de nós tem uma esperança maior e busca os seus objetivos.
Então,
naquela oportunidade, nós procuramos nos rebelar relativamente à questão da
não-inclusão de mais uma escola, e o que eu vi hoje me gratificou muito, porque
87 apenados concluíram o Ensino Fundamental e Médio. Hoje, apenas 20 receberam
o seu diploma, porque a grande maioria foi removida para outros presídios.
É
importante salientar que o preso, quando estuda, ele também tem a questão da
redução da sua pena. Mas é uma das poucas oportunidades, o nosso sistema
carcerário é cruel, infelizmente não ajuda muito na construção, é mais na
deformação da sociedade, porque os nossos presídios, de uma maneira geral,
possuem uma superpopulação.
Então,
no dia de hoje, lá, vinte presos receberam, in
loco, seus certificados de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino
Médio; estava presente o nosso Secretário de Educação, José Fortunati. Então,
nós queremos parabenizar, também, na figura da Professora Maria da Graça
Lorenzato, Diretora, e da Mara Maciel, Vice-Diretora da Escola do presídio, e
dizer do trabalho, da doação lá dentro. Quero dizer, também, que em todo
sistema carcerário, esse é o único momento em que os presos ficam com uma
pessoa, fora os militares, sem estarem sendo vigiados com armamento pesado,
numa sala.
Então,
esse processo, essa tentativa de buscar uma inclusão na sociedade é muito bom.
Hoje, o apenado Júlio, que discursou, disse muito bem da busca dos sonhos que
ele queria. Ele disse que aquilo ali era um momento mágico para ele, um momento
de gratificação.
Eu
tive a oportunidade de ser convidado, e tenho me envolvido com essa questão dos
presídios desde 2001, e nós fizemos todo aquele movimento, e conseguimos que os
presídios continuassem com as escolas. Hoje foi um momento de gratificação,
vendo aqueles apenados se formando no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
A
nossa maior mágoa é que nós temos que rever, cada vez mais, o sistema
carcerário do nosso País. Eu volto a dizer, o sistema carcerário não ajuda na
formação, pelo contrário, ele deforma. Um exemplo disso é a questão do Melara,
que eu vou enfatizar, que V. Exª me pediu ontem, mostrando que, com todo o
trabalho, na primeira oportunidade, fugiu; sabemos da questão das facções
internas, do comando interno para a rua, para a sociedade.
Nós
queremos, mais uma vez, parabenizar a Direção da Escola, a Brigada Militar pela
formação dada dentro do presídio. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, ser Vereador é preocupar-se com todos os problemas
de uma cidade. Certo? Certo. Mas onde é que está o poder do Vereador diante dos
tais projetos autorizativos? Projetos autorizativos que todos reclamam, porque
tolhem a ação do Parlamentar, mas não fazemos absolutamente nada para alterá-los.
Numa
Casa onde se forjam Leis não se altera uma que prejudica estupidamente o
trabalho do Parlamentar do Município. Por exemplo: o Vereador não pode
apresentar um projeto que fale, que determine o controle da natalidade. Mas
todos concordam que algo tem que ser feito. Então, se apresenta o projeto
autorizativo sem força regimental, no sentido de, pelo menos, chamar a atenção
para o problema.
Na
casa da gente, nos lares de todo o mundo, a presença da criança é a alegria, é
o futuro sorrindo para nós, e nós nos empenhamos em dar àquela criança - no
caso, nossos filhos - toda a assistência possível para um crescimento sadio,
com boa escola, com assistência de saúde compatível com a necessidade do ser
humano e os bons exemplos. Mas não encontramos isso em todos os lares; pelo
contrário, o que encontramos em grandes proles que proliferam nos bolsões da
miséria são crianças que são jogadas no mundo e que ficam à mercê de todas as
infelicidades possíveis e imagináveis.
O
controle da natalidade deveria vir de cima, lá dos suntuosos palácios, onde se
decidem por MPs, por exemplo: a transformar o presidente do Banco Central na
figura de um ministro, para isso dá MP. Agora, para estabelecer o controle da
natalidade no País, como fazem os Países desenvolvidos do mundo, para isso nós
não temos tempo, isso nós não podemos decidir. E é exatamente ali, nos bolsões
da miséria, onde nascem crianças e são entregues – entregues não – são jogadas
no mundo. Dali é um salto para a violência quando essas crianças atingem a
idade do pensar e do agir.
Fala-se
muito em Porto Alegre, Cidade de melhor qualidade de vida; mentira. Mentira,
porque a Cidade de Porto Alegre que possui bolsões de miséria não pode ser
considerada uma Cidade de melhor qualidade de vida, porque essa tão decantada
qualidade de vida não existe para todos, ou aquelas crianças que moram em
barracos sem água, sem luz, sem esgoto, em becos, ruelas e barracos de chão
batido, sem o mínimo para uma vida digna, decente, com esgoto a céu aberto, com
as crianças vivendo em meio à sujeira, onde proliferam doenças, é exatamente
ali onde nascem mais crianças, e sem a menor preocupação do Governo, quer
Municipal, quer Estadual, quer Federal, quer com essa maldita MP do Lula, essas
crianças não se enquadram no grupo de seres humanos?
Eu
entendo que não temos nada com o Estadual e o Federal; nós somos eleitos para
cuidar de Porto Alegre. E o assunto controle da natalidade precisa ser debatido
aqui, mas não apenas ser debatido; é preciso ação, como precisamos de ação para
retirar os meninos das ruas e não só promessas, pois de promessas a sociedade
está saturada. E a própria criança já está saturada desse papo-furado que é a
maldita promessa.
Comecei
aqui falando sobre o Tarso prometendo tirar as crianças da rua. Sonhou com o
Piratini e agora está em Brasília. E agora vem o Fogaça. Fez a sua campanha
também com essa bandeira. E eu vou cobrar. Espero que não seja um novo Tarso,
apenas com outra roupagem; ou seja, com um novo Partido.
O
controle da natalidade seria o maior passo que se daria para construir uma
cidade com o melhor sentido e, conseqüentemente, a verdadeira cidade com melhor
qualidade de vida. Nós precisamos brigar por isso, porque se é mais importante
discutirmos aqui que o Melara fugiu, que a taxa de juros subiu de novo, que
esse ou aquele Partido está brigando por uma vaga ou uma Secretaria, eu passo a
desacreditar no verdadeiro sentido desta Casa.
Autorizativo
ou não, estou pedindo, através de um Projeto, o controle da natalidade no
Município de Porto Alegre. Controle esse do poder público, através da
Secretaria da Saúde, agindo nos bolsões de miséria que fazem parte deste mundo
chamado Porto Alegre, Cidade com melhor qualidade de vida do País. Mentira!
Alguma coisa precisa ser feita. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra em Comunicações.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, o que me traz aqui hoje, já
que em período de Comunicações o tema é livre, é a questão da violência. Quero
continuar falando sobre a questão da violência contra a mulher e a questão da
segurança no nosso Estado, mas, antes disso, quero tecer um comentário sobre o
último orador que usou esta tribuna; acredito que algumas coisas não foram bem
compreendidas, e há pessoas que, tenho a certeza, nunca vão compreendê-las.
Para nós, a questão prioritária, o significado filosófico da qualidade de vida
foi, principalmente, longe de acharmos que nós fizemos absolutamente tudo certo
ou que fizemos tudo, porque isso seria, aí sim, uma mentira, mas aquilo que foi
construído conjuntamente, nós procuramos cumprir de uma forma tranqüila,
segura. A questão da qualidade de vida, muito mais do que as questões concretas
de obras de pavimentação, saúde, saneamento, são, sim, a questão da
participação, e isso foi além desta Casa, que é importante, sim, mas que
incomodou muita gente, porque lá todos podiam falar sobre os objetivos que
buscavam, nem sempre conquistados, pois muitas vezes não se alcançava o
objetivo de todos, mas lá, democraticamente, o problema era discutido. Isso é
qualidade na cabeça de pessoas saudáveis - porque eram pessoas populares.
E
não adianta virem aqui aqueles que vão assumir o Governo agora, de quem conhecemos
a prática anterior, pois não vão tirar o direito deste povo, inclusive do que
está aqui; isso não! Isso é saúde mental. E não vão nos colocar no cárcere
novamente para pedir, desculpem pela expressão, “penico”, nesta Casa, para
conquistar alguma coisa, tendo que bajular Vereadores, Deputados, seja quem
for; isso já era, porque o Fogaça disse que o que é bom vai continuar, e nós
vamos cobrar.
Mas senhoras e senhores,
em relação à questão da violência contra a mulher – e no dia 25 fiz uma
intervenção sobre esse assunto –, 70% da violação, da brutalidade, de
espancamentos, enfim, são sofridos dentro de casa, com mulheres agredidas por
seus maridos. Comecei a analisar, na prática, e olhando o jornal no dia 26,
vendo a figura de uma moça que estava sendo agredida por um brigadiano – e
agora não fomos nós quem falamos, está no jornal Zero Hora e em outros jornais
de circulação da Cidade, como isso perpassa a cultura, como se não fosse nada.
Palavras do Brigadiano que espancava aquela moça, sem entrar na questão do
mérito do delito, se houve ou não, mas da atitude. “Eu não estava agredindo, eu
não usei nem o cacetete; eu usei apenas a mão para...” Na verdade, ele estava
esbofeteando aquela mulher.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu quero trazer essa discussão na
próxima fala para continuarmos debatendo sobre este assunto, porque nós não
vamos – desculpe, Ver. Sebenelo, eu não costumo fazer isso – desistir da nossa
luta pelos direitos democráticos. Disso nós não vamos abrir mão. E aqui nesta
Casa, lá fora, ou seja onde for, nas comunidades de base, nós vamos continuar
lutando e garantindo a unidade do povo trabalhador e das trabalhadoras. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, mais uma vez nos traz à tribuna um assunto, a meu
ver, por demais esquecido por esta Cidade, pouco debatido, que é o
reaproveitamento e a redução dos resíduos da construção civil na Cidade.
Construção civil, diga-se qualquer tipo de obra, seja pública ou privada, seja
construção de prédios, de avenidas, e assim por diante. E por que este tema de
relevância agora? Já adentrando direto no dado: gera-se por dia em Porto Alegre
de mil a duas mil toneladas de resíduos na construção civil – de mil a duas mil
toneladas de resíduos da construção civil! Só a 3ª Perimetral gera, ou estava
gerando até há pouco tempo, de 800 a mil toneladas/dia de resíduos. E para onde
é que vão esses resíduos? Em Porto Alegre vão para dois grandes aterros,
chamados aterros de inertes: um na Zona Norte e outro na Zona Sul, ou seja, sem
nenhum tipo de reaproveitamento, aterrados pura e simplesmente. E mais, os
dois, quando em atividade, não-licenciados pelo órgão ambiental, portanto,
ativados de forma irregular e ilegal.
Pois
o Brasil discute esse assunto, tanto que há uma resolução do Conama, que deu um
prazo, que seria janeiro deste ano, de 2004, que está agora findando, que diz
que cada Município deverá ter um programa de gestão dos resíduos da construção
civil, ainda inexistente na cidade de Porto Alegre.
A
Cidade que se diz exemplar para as demais cidades brasileiras é uma das poucas
que não possui programa nesse sentido. É uma das poucas cidades que não
reaproveita os resíduos da construção civil que poderiam servir para programas
habitacionais, barateando a construção das casas populares, que poderiam servir
para a pavimentação de ruas, para fazer meios-fios, como Novo Hamburgo faz -
uma cidade aqui ao lado, só para dar um exemplo, que está dez anos à frente de
Porto Alegre no que diz respeito a esse tema.
Em
Belo Horizonte há várias usinas de trituração dos resíduos de construção para,
depois, justamente fazer esse beneficiamento, barateando as obras públicas, e
também obras privadas. Mas já existem algumas empresas, inclusive em Porto
Alegre, da construção civil, que fazem um trabalho exemplar para o mundo -
infelizmente, sem o apoio do Poder Público -, que não geram mais resíduos de
construção, dando um passo muito à frente, não só reaproveitando, mas evitando
resíduos.
E
nós temos de enfrentar esse tema. Fizemos um debate na Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, no ano passado, para ver o que o DMLU tinha com relação a isso. Não
tinha nada! Foi o que constatamos.
Agora,
na semana passada, a Fiergs debateu esse assunto, foi quando vimos que
estávamos muito mais atrasados do que imaginávamos. Com mil a duas mil toneladas/dia
de resíduos da construção civil pública e privada; é inadmissível que não haja
reaproveitamento. Esse é um problema socioambiental de grande gravidade e que
deve ser cada vez mais pautado por esta Casa, já que o Executivo não o pautou.
A
iniciativa privada, por determinação da Resolução do Conama, exige um programa
de reaproveitamento desses resíduos, que são valiosos, que podem ser 100%
reaproveitados, se devidamente separados na construção e devidamente entregues
para quem puder reaproveitá-los. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N.º 5519/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 056/04, que autoriza a abertura de créditos
adicionais nos Poderes Executivo e Legislativo Municipais no valor de
R$5.165.000,00 e dá outras providências.
PROC. N.º 5563/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 057/04, que altera o limite da Área de Ocupação
Intensiva e institui Área Especial de Interesse Social III em gleba situada na
estrada Edgar Pires de Castro n.º 5060 e dá outras providências.
PROC. N.º 5573/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 119/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei
n.º 5.811, de 08 de dezembro de 1986, que estabelece o Sistema de Classificação
de Cargos e Funções da Câmara Municipal de Porto Alegre, mediante a criação de
cargos no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara
Municipal a serem providos em janeiro de 2005.
PROC. N.º 5576/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 120/04, de autoria da Mesa Diretora, que altera a
redação do “caput” do art. 4.º da Resolução n.º 1.559, de 22 de agosto de 2001,
que institui Estágio Curricular para estudantes de estabelecimentos de
ensino médio e superior na Câmara
Municipal de Porto Alegre, passando para 36 postos para Estágio Curricular de ensino médio e 68 de ensino superior.
2.ª SESSÃO
PROC. N.º 4711/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 198/04, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que
denomina Rua Dorval Marques um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro
Santa Tereza.
PROC. N.º 5147/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 214/04, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que
denomina Praça Professora Zilda Wilhelm Coelho um logradouro público
cadastrado, localizado no Bairro Vila Conceição.
PROC. N.º 5181/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 216/04, de autoria da Ver.a Sofia
Cavedon, que denomina Rua Everest um logradouro não-cadastrado, localizado no
Bairro Vila Nova.
PROC. N.º 5311/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 225/04, de autoria dos Vereadores Reginaldo Pujol
e Isaac Ainhorn, que denomina Rua José Lamaison Porto um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC. N.º 5319/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 226/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Jany Pasin um logradouro público não-cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
PROC. N.º 5322/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 227/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Ido Ernesto Günther um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Mário Quintana.
PROC. N.º 5351/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 228/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Avenida Antônio Garcia da Costa um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Hípica.
PROC. N.º 5355/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 229/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que declara
de utilidade pública, nos termos da Lei n.º 2.926, de 12 de julho de 1966, e
alterações posteriores, a Associação Nacional dos Portadores de Psoríase
(PSORISUL).
PROC. N.º 5356/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 052/04, que autoriza alienação de próprio
municipal localizado na Rua Professor Carvalho de Freitas, ao lado do n.º 480,
ao lindeiro Breno Antonio Echeveste Prestes.
PROC. N.º 5414/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 117/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede
o título honorífico de Líder Comunitário ao Cônego Antônio Fioravante Moreschi.
PROC. N.º 5443/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 053/04, que institui Área Especial de Interesse
Social, na categoria de AEIS III, na Estrada Barro Vermelho, para fins de
urbanização social.
PROC. N.º 5284/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 050/04, que autoriza o Município a adquirir
mediante permuta por índice construtivo, imóvel destinado a equipamento de
distribuição de energia na Rua Voluntários da Pátria, 1632.
PROC. N.º 5446/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 054/04, que revoga a Lei n.º 3.273, de 19 de
junho de 1969, que declarou de utilidade pública o “Movimento Assistencial de
Porto Alegre - MAPA”; a Lei n.º 5.793, de 29 de outubro de 1986, que declarou
de utilidade pública o “Grupo do Amor Perfeito”; a Lei n.º 4.207, de 03 de
dezembro de 1976, que declarou de utilidade pública o “Clube dos Flautistas do
Rio Grande do Sul”; a Lei n.º 6.478, de 30 de outubro de 1989, que declarou de
utilidade pública a “Sociedade Espírita de Umbanda Tupinambá das Matas
Virgens”; a Lei n.º 4.652, de 27 de novembro de 1979, que declarou de utilidade
pública a “Associação de Pais e Amigos da Criança da Creche e Centro de
Cuidados Diurnos da Vila Restinga”; a Lei n.º 4.975, de 13 de novembro de 1981,
que declarou de utilidade pública a “Associação Beneficiente dos Estivadores
Aposentados de Porto Alegre - ABEAPA”; a Lei n.º 4.287, de 09 de junho de 1977,
que declarou de utilidade pública a “Escola de Radiotelegrafia Imperial” e a
Lei n.º 5.785, de 17 de outubro de 1986, que declarou de utilidade pública a
“FENAMORSC - Federação Nacional das Entidades de Moradores de COHABs”.
PROC.
N.º 5497/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 231/04, de autoria dos Vereadores Reginaldo Pujol
e Isaac Ainhorn, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Joal Teitelbaum.
3.ª SESSÃO
PROC. N.º 5279/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 219/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Ernani Behs um logradouro público não-cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
PROC. N.º 5280/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 220/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Nei Remedi um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
PROC. N.º 5294/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 223/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua João Costi um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
PROC. N.º 5296/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 224/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Antônia Zardin Perondi um logradouro público cadastrado,
localizado no Loteamento Moradas da Hípica.
PROC. N.º 5307/04 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 051/04, que concede o uso de próprio municipal à
Caixa Econômica Federal, para a instalação do Conjunto Cultural da Caixa, e dá
outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Valdir Caetano, que nos
honra com a sua Presidência neste momento, Srs. Vereadores e Vereadoras, na
discussão de Pauta, eu gostaria de abrir um pequeno parêntese para saudar a
presença entre nós do Diácono Roque Ferreira dos Passos, da Diaconia São José.
As diaconias têm uma orientação da nossa Arquidiocese de cuidar da parte de
solidariedade. Solidariedade para refletir o amor de Cristo para as pessoas
mais necessitadas. Diácono Roque, seja muito bem-vindo a esta Casa, que também
é sua.
Estão
em Pauta vários projetos e, vamos dizer assim, alguns de fim de ano,
necessários para o ajuste da Administração, da área Executiva e da área
Legislativa.
O
primeiro Projeto é o que abre crédito adicional para os Poderes Executivo e
Legislativo, em especial para o aceleramento das obras da nossa Perimetral, que
precisa de créditos adicionais, referente à contrapartida que a Prefeitura dá
ao financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID. São recursos
orçamentários necessários e, por isso, talvez, nós precisemos fazer algumas
Sessões Extraordinárias para acelerar essa Pauta, porque são projetos importantes
para ajustar a Administração às leis orçamentárias e, também, à Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Também
estão na Pauta de hoje alguns Projetos que declaram Área Especial de Interesse
Social, visando a preparar o próximo ano para que seja o ano da habitação em
Porto Alegre. Então, várias áreas precisam ser declaradas de interesse social,
para que possam ser construídas, nessas áreas, habitações para diminuir,
Diácono Roque, o déficit habitacional de Porto Alegre, que é de aproximadamente
80 mil moradias; 80 mil famílias moram em subabitações.
Então,
a responsabilidade social da Prefeitura, assim como a responsabilidade social
que as diaconias exercem, hoje, na nossa Capital, precisa ser cumprida. Nós
precisamos acelerar esses Projetos para ajustar a Administração com as diversas
leis municipais.
Também
estão na Pauta de hoje alguns Projetos da própria Câmara, que visam a adequar a
Casa à nova situação do próximo ano. No próximo ano, nós teremos 36 Vereadores
– três Vereadores a mais. Então, nós precisamos adequar a estrutura da Casa à
nova concepção da Câmara a partir do próximo mandato, que se inicia no dia 1º
de janeiro.
Eu
gostaria, justamente na presença do Diácono Roque Ferreira dos Passos, de
cumprimentar o Ver. João Antonio Dib, pelo seu Projeto que concede o Título
Honorífico de Líder Comunitário ao Cônego Antônio Fioravante Moreschi, que,
neste mês, no mês de dezembro, completa 50 anos de Ordenação Sacerdotal. O
Cônego Antônio Moreschi vem realizando um trabalho espetacular em favor da
família, e há quantos anos ele faz isso!? Ele estimulou o encontro de casais e
acompanha o fortalecimento da família. Toda pessoa que desejar o fortalecimento
da família, Ver. João Antonio Dib, merece ser reconhecida pela nossa sociedade.
E, esta Câmara, que tende a ser justa, nada mais justo do que homenagear o
Cônego Antônio Moreschi pela sua atuação e pelos seus 50 anos de vida dedicados
à solidariedade e ao fortalecimento da família rio-grandense. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): Muito obrigado, Ver. João Carlos Nedel.
O
Ver. Mário Fraga está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Valdir Caetano; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, demais assistentes, estamos novamente
na tribuna para falar, agora, no período de Pauta. Temos uma Pauta bastante
extensa, visto que estamos chegando ao fim do trabalho legislativo, que se
encerrará no dia 15 de dezembro.
Eu
queria fazer uma menção ao contido no PLL nº 225/04, de autoria dos Vereadores
Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn, que diz (Lê.): “denomina Rua José Lamaison
Porto um logradouro público não-cadastrado, localizado no bairro Rubem Berta”.
Trata-se de uma pessoa muito querida, com que tive o prazer de conviver e de
admirar. Fica aqui a minha homenagem e a homenagem do PDT a José Lamaison Porto
e seus familiares.
Temos
hoje, em primeira Sessão de Pauta, o PLE nº 057/04, que diz (Lê.): “altera o
limite da Área de Ocupação Intensiva e institui Área Especial de Interesse
Social III em gleba situada na Estrada Edgar Pires de Castro, nº 5.060, e dá
outras providências”. (Palmas.)
Esse
Projeto referente a essa área de terra, para vocês saberem, está correndo Pauta
em primeira Sessão, e nós precisamos fazê-lo passar três Sessões de Pauta. Há
um acordo encaminhado pela Verª Maria Celeste para que a gente corra essa Pauta
logo depois de terminada esta Sessão. Se Deus quiser, nós vamos cumprir o que a
Verª Maria Celeste encaminhou.
Esse
Projeto interessa especialmente às famílias que estavam na Atilio Supertti; eu
estava falando com as suas lideranças, elas estão cadastradas no DEMHAB, porque
haverá uma troca de Governo, e vocês têm de estar bem preparados para podermos
levar a bom termo o assentamento dessas famílias, principalmente daquelas que
estão cadastradas. A área é na Estrada Edgar Pires de Castro, para minha
satisfação, e para a de vocês também, pois eu sou morador de Belém Novo e
estarei à disposição de vocês para qualquer coisa que precisarem, e,
principalmente, por meio do outro Governo, já que o PDT estará apoiando o
Governo Fogaça.
Também
gostaria de dizer que essa ocupação na Atilio Supertti foi feita de maneira
ordeira; é necessário esse esclarecimento. Nós acompanhamos as famílias lá no
Jardim Vila Nova; o Elton Fraga, meu irmão, que é o Presidente da Associação, -
nós acompanhamos de perto, principalmente porque o Dep. Vieira da Cunha, nosso
Líder, Presidente da Assembléia Legislativa, também acompanhou os trabalhos e
ajudou bastante para o encaminhamento dessa questão.
Então,
este Vereador, e com os Vereadores do PDT, nos empenharemos bastante - aqui na
Câmara, se Deus quiser - para que seja finalizado com êxito e muito sucesso
esse processo de assentamento dessas famílias.
E
logo em seguida também há o PLE nº 053/04, que institui Área Especial de
Interesse Social, na categoria III, na Estrada Barro Vermelho, para fins de
urbanização social. Barro Vermelho, vocês todos sabem também, é uma área em que
atuo bastante, na Restinga. Também queria dizer que este Vereador está
comprometido com esse Projeto. É um Projeto de Lei do Executivo que trata
também das pessoas carentes que necessitam dessas áreas. Muito obrigado, e boa
sorte para todos nós!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Presidente, apenas eu quero fazer o
registro da presença do Irmão Valério, que é um dos Diretores do Pão dos
Pobres, que está presente aqui em nosso plenário. E como ele é aniversariante
do dia, eu gostaria que nós, da Casa, prestássemos uma homenagem ao Irmão
Valério, que é uma pessoa extremamente importante, principalmente nessa área de
assistência às crianças. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): Seja bem-vindo Irmão Valério, e receba os
parabéns deste Vereador e desta Casa.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, hoje é dia 2 de
dezembro e nós temos em primeiro dia de Pauta quatro Processos: dois do
Executivo e dois da Mesa. É claro que, para que eles possam ser votados - e
precisam ser votados -, acontecerá hoje à tarde Sessão Extraordinária, para que
esses quatro Projetos corram Pauta. Vou fazer uma breve análise.
O
primeiro, do Executivo, autoriza a abertura de créditos adicionais tanto para a
Câmara quanto para o Executivo, que, segundo apregoa o Prefeito, está sem
dinheiro. No caso da Câmara, ela oferece redução de um milhão e 114 mil reais e
o Executivo oferece em reserva de contingência um milhão e 751 mil reais,
portanto, eles têm dinheiro. E, no caso do Executivo, 2 milhões e 200 mil para
a SMOV; ele leva a conta de excesso de arrecadação. Está muito mal de dinheiro
a Prefeitura, mas nós vamos aprovar, sem dúvida nenhuma.
O
outro Projeto é a Área Especial de Interesse Social na Estrada Edgar Pires de
Castro. Claro que vamos aprovar. (Palmas.)
Agora,
há três situações que eu gostaria que me explicassem. Aqui vejo que um próprio
municipal vai ser utilizado pela Caixa Econômica Federal para a instalação do
Conjunto Cultural da Caixa e dá outras providências. Claro que sou favorável à
instalação desse Conjunto Cultural, que vai utilizar três andares do prédio e
vai reformar para a Prefeitura todo o resto do prédio. Muito boa idéia! Só tem
uma coisa: como é que eles adquiriram esse prédio? Qual foi a transação feita
para que a Prefeitura adquirisse esse prédio? E não é uma coisa sem mais nem
menos para eu fazer essa pergunta. Porque aqui tem outro (Lê.): “Autoriza o
Município a adquirir, mediante permuta por índice construtivo, imóvel destinado
a equipamento de distribuição de energia na Rua Voluntários da Pátria”. Dá a
impressão que é uma coisa muito séria, mas esse aqui está pedindo autorização
para trocar! Adquirir por conta de índice. Mas, na verdade, há um subterfúgio
aqui que precisa ser bem esclarecido: estão querendo dizer, no art. 4º desse
Projeto, que essa área faz parte do Projeto Entrada da Cidade. Não, não faz
parte do Projeto Entrada da Cidade! Deixo bem claro; é preciso ficar bem claro:
não faz parte.
O Sr. Carlos Pestana: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Antonio Dib, essa área que está sendo permutada é de
propriedade da Associação dos Transportadores Municipais.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: É na Rua Voluntários da Pátria, nº 1.632.
O Sr. Carlos Pestana: Ela faz parte do Projeto Entrada da
Cidade.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não, nós já discutimos isso.
O Sr. Carlos Pestana: Não quer dizer, Ver. João Antonio Dib,V.
Exª tem razão, não representa ali o bairro Humaitá; é outro bairro, mas faz
parte.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: É outro bairro, não está incluído na área
aprovada por esta Câmara para que fosse lançado e executado o Projeto Entrada
da Cidade. É mais uma manobra igual a da Vila dos Papeleiros, que até hoje não
foi aprovada.
O Sr. Carlos Pestana: Eu tenho profundo respeito por V. Exª,
mas V. Exª está equivocado nesse aspecto. Faz parte do Projeto Entrada da
Cidade, com todo o respeito.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu sou grato ao aparte de V. Exª mas
vou-lhe tranqüilizar: não faz parte da área aprovada para o Projeto Entrada da
Cidade. Então, é um “subterfugiozinho”: fazem um art. 3º que ocupa a página
inteira, e fazem um art. 4º pequenino, que ninguém liga. Aí dizem: “Ah! A
Câmara autorizou!” Não, não autorizou. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, logicamente neste período da nossa Sessão
nós temos que nos cingir à discussão daqueles projetos que são apresentados por
parte do Executivo e pelos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, no sentido de
que a Casa tome ciência, no sentido de que a comunidade de Porto Alegre tome
contato com essas iniciativas, para que elas possam ser aperfeiçoadas e depois
de passarem pelas comissões sejam aprovadas.
Vereador
Carrion, é dentro desse contexto que eu queria chamar a atenção sabendo que
várias propostas aqui são de designação de logradouros. Ver. João Dib, talvez a
maior parte das matérias que nós podemos referir, neste momento da Sessão,
signifiquem denominação de logradouros, o que não é como alguns apregoam,
inclusive a própria imprensa, uma coisa de segundo ou terceiro escalão como que
nem merecesse ser lei. São matérias importantes, porque se refletem de uma
forma quase direta na vida das pessoas. Só aqueles que não têm endereçamento
postal, que moram em rua sem nome sabem a dificuldade que têm para receber
inclusive uma correspondência. Mas há, Ver. João Dib, nesta Casa, que não tem
jetom, que não paga por Sessões Extraordinárias, que tem um conceito neste
Estado e fora dele, a meu juízo uma pequena mácula, que poderia ser resolvida
nesta Legislatura. Nós, os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras, quando
designamos um logradouro não-cadastrado, temos de fazer um apanhado na
comunidade, um abaixo-assinado, uma manifestação no sentido de que aquela
comunidade que lá vive, que lá tem suas raízes, que lá cria seus filhos, possa
opinar sobre o nome a ser dado a este ou àquele logradouro. Mas, por um
problema, Ver. Elói Guimarães, talvez mais circunstancial do momento em que V.
Exª logicamente já estava aqui - é um dos mais antigos senão o mais antigo
junto com o Ver. João Dib -, na votação da Lei nº 320, no ano de 1994 - acho
que V. Exª não era Secretário, estava aqui; talvez venha a ser agora -, eu
chamo a atenção, possibilitou-se que os Vereadores designassem logradouros,
desde que eles fossem cadastrados, portanto logradouros oriundos de loteamentos
regulares, sem que a comunidade fosse ouvida, Ver. Pestana. Ou seja, o Poder
Legislativo, sem ouvir ninguém que lá mora - às vezes por décadas, que tem lá a
sua história, as suas raízes -, e de uma hora para a outra recebe uma placa no
poste da esquina dizendo que aquela rua ou aquela praça passa a ter o nome A,
B, C, D. Por mais que honre a designação, porque a pessoa que é homenageada, em
geral, sempre é bem escolhida, são pessoas importantes, lideranças comunitárias
de toda a ordem, autoridades civis, militares, religiosas, mas aquela
comunidade que lá vive teria o direito de opinar e poder dizer, quem sabe, que
ali poderia ser homenageada uma outra pessoa. É o mínimo que se poderia
possibilitar à cidadania, Vereador Procurador do Município, Ver. Elói, de que
as pessoas, onde moram, pudessem opinar sobre o nome da sua rua, não tirando o
direito do Vereador de propor a iniciativa legislativa, mas ouvindo a
comunidade.
Eu
acho, e Ver. Elói, que acho que permanece na Comissão do Regimento Interno, que
talvez a única mácula que esta Casa possui, na sua relação com a cidadania,
porque não paga jetom, não paga por Sessões Extraordinárias, mas se vê, a cada
dia, reclamações, Verª Sofia, nas Comissões de Justiça, na CUTHAB, de
comunidades que não se satisfazem, não concordam que, de uma hora para outra,
um Vereador vá lá e designe, com uma iniciativa sem qualquer consulta, aquele
logradouro com um nome homenageando alguma pessoa.
Finalizo,
Presidente, dizendo que existe um Projeto na Ordem do Dia que altera a Lei nº
320/94, que coloca, também, aos Srs. vereadores, sem tirarem-lhes a
possibilidade legislativa de propor, a obrigação de também ouvirem a população,
quando os logradouros forem cadastrados.
É
um assunto que eu acho que não é de menor importância, ele toca a todas as
nossas comunidades, e a Câmara poderia, neste final de 2004, quem sabe, por uma
pequena mácula que ainda persiste no nosso Regimento, na nossa legislação, se
recompor com a cidadania, sem tirar a capacidade legislativa dos Vereadores,
porque são eles que podem propor, apenas fazendo com que tenham de ouvir também
a comunidade, no caso, de logradouros cadastrados. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Elói Guimarães,
Presidente dos trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras, na verdade, como a
Pauta já está toda ocupada, eu vou usar a Liderança para também entrar nesse
debate e dar a minha opinião.
Em
primeiro lugar, eu queria saudar as lideranças da antiga ocupação da Atilio
Supertti que se fazem presentes aqui, hoje, para acompanhar a tramitação em
Pauta do Projeto que busca resolver de forma definitiva a situação deles, que
se trata da mudança do regime urbanístico da área adquirida na Edgar Pires de
Castro. Todos nós temos acompanhado esse problema e há quase um consenso na
Casa para que votemos até o dia 15. Para isso, deverá haver algumas Sessões
Extraordinárias no dia de hoje para que tramite a Pauta e possamos apreciar,
talvez já na semana que vem, porque até na Comissão do Plano Diretor existem
entendimentos para que haja uma Reunião Extraordinária e se aprecie isso.
Então,
não vamos desenvolver mais o assunto de que já falamos ontem, temos falado
todos os dias, e vamos tentar agilizar a realização dessas Extraordinárias.
(Palmas.)
Queria
também saudar as Lideranças da Restinga que aqui se encontram, porque também
tramita em segundo dia de Pauta um Projeto que cria uma Área Especial de
Interesse Social de tipo III, AEIS III, na Estrada do Barro Vermelho, para fins
de viabilizar ali a implantação do primeiro Projeto do Urbanizador Social em
Porto Alegre, que é uma Lei aprovada por esta Casa, e que poderemos, então,
através dessa aprovação, viabilizar a sua implementação.
Então,
ambos os projetos correrão Pauta, e, talvez, possam ser apreciados
conjuntamente na Comissão do Plano Diretor na sua próxima reunião. Nós também
queríamos chamar a atenção para este segundo Projeto e pedir aos Vereadores
todo o empenho, para que se agilizem ambos na Casa.
Em
terceiro lugar, Ver. Dib, nós queríamos entrar, também, na discussão da área da
Rua Voluntários da Pátria, em que o Governo Municipal solicita autorização para
a sua aquisição, mediante permuta por índice construtivo, e o Vereador Dib
questiona se esse espaço, ou seja, a Vila dos Papeleiros, faria parte ou não do
Projeto Integrado Entrada da Cidade. Eu queria esclarecer, Ver. Dib, que,
efetivamente, faz parte do Projeto Integrado Entrada da Cidade - Vereador Dib,
até pediria sua atenção. Nós temos, inclusive, aqui, a notícia do jornal Zero
Hora do dia 02.5.2004 (Lê.): “Obra reorganiza vilas na entrada da Cidade”, e,
nesse material, está esclarecido que, entre as diversas vilas abrangidas, temos
aqui a Vila dos Papeleiros, e ainda diz o número de famílias, 213 moradias. E
eu quero dizer, como Presidente da CUTHAB por duas vezes nesta Legislatura, que
nós trabalhamos “n” vezes essa problemática. Como teremos duas Sessões
Extraordinárias, Vereador, nós poderemos debater mais. Mas eu queria
assegurar-lhe que em todo o meu acompanhamento, desde o primeiro momento, do
Projeto Integrado Entrada da Cidade, sempre foi contemplada a Vila dos
Papeleiros. Costuma-se dizer Humaitá, Navegantes, Vila Farrapos, mas o Entrada
da Cidade inclui, também, a Castelo Branco. Bem, esse, pelo menos, é o
entendimento de todo o Projeto que foi aprovado, as suas ações com o Banco
Mundial e assim por diante, mas voltaremos a tratar do assunto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
ilustres visitantes, estou aqui com um pedido de um menino de 14 anos de idade,
que não vai mais ao colégio porque usa fraldas. Ele precisa de um exame chamado
uretrossistografia miccional. Ele está esperando, há dois anos, por esse exame,
por um exame que abrirá suas portas, para que, talvez, ele possa fazer, aos 14
anos de idade, um transplante de rim. É isso que eu estava falando sobre a CPI
da Saúde. O Ver. Juarez Pinheiro disse que a minha CPI era de demagogia
eleitoreira, mas uma Juíza, uma Desembargadora disse isso que vou ler, que foi
a vitória do Partido dos Trabalhadores sobre a CPI, porque mandou suspender a
CPI (Lê.): “Antes de mais nada, deve-se considerar que a instrução de uma CPI,
inevitavelmente, expõe a imagem dos agentes públicos que nela venham a ser
implicados, o que pode ganhar proporções particularmente relevantes no momento
político por que passa o Município, dada a iminência de novas eleições”.
Isto é, o agente público não pode ser
exposto a qualquer tipo de vexame, a qualquer tipo de problema, porque vai
haver eleição; agora, o povo pode ficar nas filas, o povo pode ficar nas
emergências sendo maltratado, no entendimento dessa juíza, e é esse o despacho
de que eles se vangloriam de terem impedido uma CPI da Saúde, e essa é a nossa
vida: todos os dias esse tipo de pedido, que nos envergonha como seres humanos,
que nos dá vergonha de pertencer à espécie humana! Essa é a minha vergonha! Um
menino de 14 anos, há dois anos, esperando por um exame! Talvez seja essa a
resposta, e vão dizer que isto aqui é teatro, vão dizer que é eleitoreiro e
tudo, mas não!
Qualquer que seja o Governo, nós temos de
enfrentar o caos da Saúde. Eu trabalho diariamente, há 37 anos, com
emergências, com bloco cirúrgico, com UTIs, e lá estouram os problemas do
sistema! E esse é o nosso dia-a-dia: dizer “não” para os nossos irmãos que
estão sofrendo! Essa é a questão, e é por isso que, no dia em que o Partido dos
Trabalhadores fizer um insight, olhar
para dentro de si e souber por que ele perdeu as eleições, ele vai saber que um
dos motivos foi esse aqui: ter tentado escamotear uma CPI, em que nós
poderíamos buscar soluções para essa infeliz área da saúde, seja qual for o
panorama, nós...
(Aparte anti-regimental do Ver. Renato
Guimarães.)
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Agora,
o Presidente Lula cortou seis bilhões da Saúde. Só isso! Essa é a reclamação de
toda a Bancada, inclusive do Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul.
Então, esses “moços alegres”, que dizem que um pedido de CPI da Saúde era o
remédio errado, a Juíza diz que não, que é o remédio certo, que está
absolutamente correto; está dito pela Juíza de Direito que o remédio é
absolutamente correto e que não vê nenhum empecilho para que houvesse essa CPI.
Pois essa é a forma com que se trata esse tipo de assunto: vamos tapar tudo,
vamos esconder tudo, para que nada apareça até as eleições, e depois, então,
vamos ver o que acontece. Pois foi isso que aconteceu. Nós vamos lutar, todos
os nossos dias, para que tenhamos a felicidade de, um dia, dizer para o nosso
povo que nós temos uma Saúde exemplar. Por enquanto, nós temos vergonha do que
vamos legar para próxima Administração. (Palmas.)
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra para uma Questão de Ordem.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, eu quero imediatamente
conversar com o Ver. Cláudio Sebenelo para, juntos, ligarmos para a nossa
Secretária de Saúde Municipal, ver esta questão específica, e eu até queria
comunicar, Sr. Presidente, que, na Farmácia de remédio especial do Estado, onde
eu compro – e ainda bem que tenho recursos – para a minha filha um remédio de
mil e 700 reais, que ela tem de tomar mensalmente. Então, com a saúde não se
brinca; o problema existe em qualquer lugar, enquanto nós estamos buscando,
juntos, os 300 milhões do Governo Estadual, que não está repassando para os
Municípios. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu recolho a manifestação.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, eu me referi na tribuna a
uma política municipal de saúde. Eu não quero resolver o problema de uma
pessoa; eu não quero saber dos problemas individuais; nós queremos é
estabelecer uma política municipal de saúde.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está claro. A Verª Maria Celeste está com
a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Sebastião Melo está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Renato Guimarães
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras e Srs.
Vereadores, eu quero fazer um registro em nome da Bancada do PT, de dois
Projetos que estão na Pauta. O primeiro, na realidade, já foi aqui mencionado
pela maioria dos Vereadores que se detiveram em listar a Pauta do dia de hoje,
que é o Projeto que, na realidade, encerra um ciclo, encerra uma etapa do
trabalho dos moradores que saíram lá da Atilio Supertti. Esta Casa acompanhou,
junto com as lideranças lá da Atilio Supertti, um processo que se iniciou a
partir de um acordo feito no mês de fevereiro, lá na Assembléia, quando os
moradores saíram de forma pacífica de dentro do imóvel que ocupavam, com o
compromisso do Município, do Estado e da União, de que fosse comprada uma área
para que eles fossem assentados. Está aqui o Projeto. O Projeto precisa, hoje,
correr mais duas Pautas, Sr. Presidente, para que ele possa estar preparado
para ser aprovado amanhã, na reunião especial do Plano Diretor. (Palmas.)
É
importante dizer que a compra da área, com aproximadamente 13 hectares, na
região da Restinga, na Edgar Pires de Castro, nº 5.060, vai servir também - e é
interessante para as lideranças que lutam nessa área da moradia - para outros
projetos habitacionais; vai servir para dar moradia para o número aproximado de
150 moradores, mas a área é muito maior.
Portanto,
a comunidade que luta por moradia tem de estar organizada, também, junto com
esses cidadãos que estão aqui, hoje, para que possam manter vivo esse processo.
Teremos
uma troca de Governo, e nós estamos aqui, aprovando leis, mas é preciso que
essas leis se tornem realidade lá nesse terreno, nessa área.
Portanto,
a partir de 1º de janeiro, é necessário que haja uma mobilização junto ao
Executivo Municipal, porque é a responsabilidade da Prefeitura a colocação de
infra-estrutura emergencial, ou seja, abertura de ruas, colocação de rede de
luz, de água, para que esses cidadãos possam morar lá com o mínimo que se
espera para uma moradia popular. (Palmas.)
Queremos,
em nome da Bancada do PT, deixar o pedido para que, após o encerramento desta
Pauta, possamos, de imediato, fazer correr as outras duas pautas que são
necessárias.
E,
por fim, gostaria de fazer o registro aqui – estou com o Processo nº 5.563, na
mão – que trata do Projeto Entrada da Cidade, e a área referida nas esquinas
das Ruas Voluntários da Pátria e Ramiro Barcelos, referida pelo Ver. João Dib.
Está aqui no Processo, destacada, em letras garrafais, que essa área é do
Projeto Entrada da Cidade - Ver. João Dib, posso mostrar-lhe, depois, o
Processo -, é a área que está sendo oferecida dentro do conjunto do Projeto
para adequar o conjunto dos equipamentos para o Projeto da Vila dos Papeleiros.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador, se fosse como diz V. Exª, não haveria a necessidade
do art. 4º, pois já estava incluído no Projeto Entrada da Cidade.
Mas
se lermos a Exposição de Motivos, ele diz “Como é de conhecimento desta Casa
Legislativa, o Entrada da Cidade beneficia mais de 3 mil famílias na Zona Norte
da Capital, em sua maioria nos bairros Farrapos, Humaitá, e Navegantes”.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. João Dib, todos os Vereadores nesta
Casa e a comunidade que luta na questão habitacional sabem que V. Exª, junto
com outros cidadãos desta Cidade, moveram um processo contra a Vila Planetário,
e estavam-se movimentando agora contra a Vila da Zero Hora, na Esquina da
Princesa Isabel com a Av. João Pessoa! Porque há, sim, uma concepção de sua
parte e da parte de outros no sentido de achar que a população pobre tem de
morar na periferia e não pode morar no Centro da Cidade!
Mas
este Projeto aqui garante esse direito para os moradores da Vila dos
Papeleiros, ou seja, o direito de ficarem ali, de terem as suas moradias
construídas ali. Este é o processo que esta Câmara acompanhou; já foram votadas
outras leis que garantem isso, e esta Lei aqui é para dar mais um passo nessa
garantia. (Palmas.)
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu queria dizer, Ver. Renato Guimarães, que compartilho da mesma
opinião no sentido de que o Projeto Entrada da Cidade – e, aliás, eu acompanho
esse processo há mais de quatro anos - sempre incluiu a Vila dos Papeleiros, e
o próprio artigo que o Ver. Dib leu, diz que a maioria está nos bairros
Humaitá, Navegantes e Vila Farrapos, porque, em três mil e poucos, são somente
203 da Vila dos Papeleiros. Então, evidentemente, é a ampla maioria.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Ver. Raul, todos os Vereadores desta
Casa, quando houve o incêndio na Vila dos Papeleiros, vieram a esta tribuna e
cobraram do Executivo Municipal que, de forma emergencial, construísse as casas
naquela área. Não há, hoje, por que levantar uma contradição como essa que o
Ver. João Dib refere, dizendo que há que se rediscutir esse debate. A região
entre a Av. Farrapos e a Ramiro Barcelos, onde ficava a Vila dos Papeleiros, é
onde vai ser construído o futuro Projeto Habitacional para aqueles moradores.
Esta Casa já consolidou isso e não pode voltar atrás. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. Elói Guimarães, presidindo os
trabalhos, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós, do PT, e também da
Frente Popular, temos muita honra desse ciclo histórico que foi interrompido no
último processo eleitoral. Nunca ninguém investiu como investimos em habitação,
saneamento básico, pavimentação e saúde pública, sim, senhores. E o fizemos num
momento em que a humanidade estava num outro caminho, numa outra hegemonia,
quando o Governo Federal do Ver. Sebenelo, o Governo FHC, que implantou aqui o
Plano Real, o consenso de Washington, para oprimir as classes pobres ainda
mais, retirando recursos da área social, nós conseguimos, nesta Cidade,
aumentar o número de profissionais que atendem a população. Quanto aos serviços
na área da Saúde, por exemplo, saímos de 12 para 144 equipamentos de Saúde. Não
há, Ver. Raul Carrion, um Município neste Estado que tenha investido mais em
Saúde Pública do que Porto Alegre – e, no que se refere a isso, muito poucos
talvez existam neste País! Nós não queremos, aqui, embaçar com impressionismos,
porque nós sabemos, sim, por exemplo, a importância que tem o profissional
Cláudio Sebenelo, como médico pneumologista, um dos mais categorizados do GHC,
e o respeitamos, mas não podemos admitir que quem representa um Governo -
defendeu o Governo Britto, e o Sr. Britto, quando Ministro da Previdência,
retirou vultosos recursos da Saúde -, que quem tenha defendido o Governo
Rigotto, que cometeu um estelionato eleitoral, dizendo que haveria um posto de
saúde a cada quilômetro, e não fez nenhum, um Governo que, no último Orçamento
do Estado, retirou - pasmem os senhores –, aqui deste Estado, 300 milhões de
reais da Saúde, não tem ética, não tem moral para vir aqui dizer, não a mim,
Ver. Sebenelo, seu amigo pessoal, mas a um Governo que investiu pesado em
Saúde, e que recebeu, inclusive no seu Governo, o Governo FHC, o elogio de ser
um dos Municípios com melhor atendimento do SUS! O que o Ver. Sebenelo nesta
Casa fez, junto com o Ver. Dr. Goulart, principalmente, e a oposição desta Casa
é tentar confundir, Ver. Sebenelo. EV. Exª, que é um Vereador de escol, um
médico capaz, responsável - como Vereador, permita-me emitir juízo de valor -
quis enganar a população confundindo o que é tarefa do Município, o que é
tarefa do Estado, o que é tarefa da União! Porque vou citar apenas um dos
itens: eram 21 fatos absolutamente indeterminados! Um deles dizia, Ver. Leal,
que presidiu a Comissão de Saúde, que 70% das pessoas que tinham membros
amputados no Serviço Vascular do GHC teriam tido a primeira consulta uma semana
antes da amputação dos membros. Tem responsabilidade nesta afirmação, também, o
Sr. Argollo, Presidente do SIMERS, que quis vir a esta Casa atropelar os
Vereadores e não o conseguiu, porque alguns não têm “dobradiça” na coluna! Como
é o caso do Ver. Pedro Américo Leal, que refutou quando ele veio a esta Casa
tentar impor que os Vereadores eram obrigados a isso e a aquilo! E o Ver. Pedro
Américo Leal foi um que não teve “dobradiça” na coluna e que não aceitou essa
imposição. Pois eu digo aos senhores como abrir uma CPI no Município num
equipamento que pertence a União! Que controle temos nós para legislar sobre o
GHC? Porque não se diz, Ver. Cláudio Sebenelo, que existe apenas um serviço
vascular neste Estado, que se localiza no GHC? E que os pacientes vêm de todo o
Estado? Não são de Porto Alegre! Quando os senhores tentaram impingir, junto
com o Sr. Argollo, de que seriam todos daqui de Porto Alegre e que não teriam
atendimento médico, eu pergunto: isso não é demagogia?! Isso não é querer uma
CPI eleitoreira?!
E
digo mais: o Hospital pertence à União, e o Ver. Sebenelo foi um dos melhores
Superintendentes daquele equipamento! Os pacientes são de todo o Estado! E como
vamos acusar o Município de Porto Alegre de atender apenas uma semana antes da
amputação dos membros?!
Portanto,
Ver. Sebenelo, o despacho que V. Exª leu é pouco! Deveria ler o Acórdão da
Câmara do Tribunal de Justiça e V. Exª se sentiria envergonhado de ter
patrocinado, aqui, uma coisa que chega quase à injúria para com um Governo
responsável, para com pessoas responsáveis! Nós nunca viemos aqui dizer a Vossa
Excelência como se trabalha num gabinete de um pneumologista, porque quem sabe
isso é Vossa Excelência e seus colegas com especialização! Mas não venha, aqui,
querer investir na área do Direito, porque Vossa Excelência comete, por ignorância,
por heresia, uma série de atropelos e ofende, inclusive, a sensibilidade de um
aluno de primeiro semestre do curso de Direito! Fato determinado é fato típico,
cristalino! Demagogo, sim! Estelionato eleitoral é prometer um posto de saúde a
cada quilômetro e não fazer nenhum. É cortar 300 milhões do Orçamento do Estado
para a área da Saúde e, depois, vem aqui um representante do Governo Rigotto,
reclamar que não tem... A população não é boba, Ver. Sebenelo! O meu amigo
patrocinou um dos mais infelizes episódios, porque não é admissível tamanha
desfaçatez. Muito obrigado
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não havendo quórum, estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h42min.)
* * * * *